Só para colaborar com o Espírito de Natal, resolvi fazer uma postagem natalina.
Poesia "Ein Kinderlied auf die Weihnachten", de Martin Luther.
Ein Kinderlied auf die Weihnachten
Vom Himmel hoch da komm ich her.
Ich bringe euch gute neue Mär
Der guten Mär bring ich so viel,
Davon ich singen und sagen will:
Euch ist ein Kindlein heut geborn,
Von einer Jungfrau auserkorn,
Ein kindelein so zart und fein,
Das soll eu'r Freud und Wonne sein.
Es ist der Herr Christ unser Gott.
Der will euch führ'n aus aller Not.
Er will eu'r Heiland selber sein,
Von allen Sünden machen rein.
Des lasst uns alle fröhlich sein
Und mit den Hirten gehn hinein,
Zu sehen, was Gott uns hat beschert,
Mit seinem lieben Sohn verehrt.
Und wär' die Welt viel mal so weit,
Von Edelstein und Gold bereit,
So wär' sie doch dir viel zu klein,
Zu sein ein enges Wiegelein.
Ach mein herzliebes Jesulein,
Mach dir ein rein sanft Bettelein
Zu ruhen in mein's Herzens Schrein,
Dass ich nimmer vergesse dein.
Lob, Ehr sei Gott im höchsten thron,
Der uns schenkt seinen einzigen Sohn.
des freuen sich der Engel Schar
Und singen uns solch's neues Jahr.
Uma Canção de Criança para o Natal
De lá de cima do Céu venho eu
Eu trago-lhes uma boa notícia.
Da boa notícia eu trago tanto,
Que dela eu cantar e dizer quero:
À vocês uma criancinha hoje nasceu,
De uma Virgem parido
Uma criancinha tão carinhosa e fina,
Que deve ser-lhes alegria e felicidade.
Ele é o Senhor Cristo nosso Deus.
Ele quer guia-los fora de todas as necessidades.
Ele próprio quer ser sua Terra Sagrada.
De todos os pecados purificar.
Isso nos deixa todos alegres
E com o Pastor caminhar,
Para ver o quê Deus nos concede,
Com o seu amado Filho adorar.
E fosse o mundo muito maior,
De pedras preciosas e ouro adornado
Assim ele te seria muito pequeno
Para ser um estreito bercinho.
Oh meu querido Jesusinho,
Faça para ti uma pura macia caminha
Para descansar no santuário do meu coração,
Que eu o teu nunca mais esqueça.
Louvor, Honra seja Deus no Trono mais alto,
Que nos presenteia seu único filho,
Disso se alegra a multidão de Anjos,
E nos cantam disso o novo ano.
Esse foi realmente complicado pra traduzir...
Abaixo um vídeo natalino bacana, feito num shopping nos Estados Unidos.
Pois bem, Feliz Natal e Feliz Ano Novo.
Agora vou pra mais um tour pela Europa...
quinta-feira, 16 de dezembro de 2010
sábado, 11 de dezembro de 2010
A Roupa Nova do Rei
"Era uma vez um rei, tão exageradamente amigo de roupas novas, que nelas gastava todo o seu dinheiro. Ele não se preocupava com seus soldados, com o teatro ou com os passeios pela floresta, a não ser para exibir roupas novas. Para cada hora do dia, tinha uma roupa diferente. Em vez de o povo dizer, como de costume, com relação a outro rei: "Ele está em seu gabinete de trabalho", dizia "Ele está no seu quarto de vestir".
A vida era muito divertida na cidade onde ele vivia. Um dia, chegaram hóspedes estrangeiros ao palácio. Entre eles havia dois trapaceiros. Apresentaram-se como tecelões e gabavam-se de fabricar os mais lindos tecidos do mundo. Não só os padrões e as cores eram fora do comum, como, também as fazendas tinham a especialidade de parecer invisíveis às pessoas destituídas de inteligência, ou àquelas que não estavam aptas para os cargos que ocupavam.
"Essas fazendas devem ser esplêndidas, pensou o rei. Usando-as poderei descobrir quais os homens, no meu reino, que não estão em condições de ocupar seus postos, e poderei substituí-los pelos mais capazes... Ordenarei, então, que fabriquem certa quantidade deste tecido para mim."
Pagou aos dois tecelões uma grande quantia, adiantadamente, para que logo começassem a trabalhar. Eles trouxeram dois teares nos quais fingiram tecer, mas nada havia em suas lançadeiras. Exigiram que lhes fosse dada uma porção da mais cara linha de seda e ouro, que puseram imediatamente em suas bolsas, enquanto fingiam trabalhar nos teares vazios.
- Eu gostaria de saber como vai indo o trabalho dos tecelões, pensou o rei. Entretanto, sentiu-se um pouco embaraçado ao pensar que quem fosse estúpido, ou não tivesse capacidade para ocupar seu posto, não seria capaz de ver o tecido. Ele não tinha propriamente dúvidas a seu respeito, mas achou melhor mandar alguém primeiro, para ver o andamento do trabalho.
Todos na cidade conheciam o maravilhoso poder do tecido e cada qual estava mais ansioso para saber quão estúpido era o seu vizinho.
- Mandarei meu velho ministro observar o trabalho dos tecelões. Ele, melhor do que ninguém, poderá ver o tecido, pois é um homem inteligente e que desempenha suas funções com o máximo da perfeição, resolveu o rei.
Assim sendo, mandou o velho ministro ao quarto onde os dois embusteiros simulavam trabalhar nos teares vazios.
- "Deus nos acuda!!!" pensou o velho ministro, abrindo bem os olhos. "Não consigo ver nada!"
Não obstante, teve o cuidado de não declarar isso em voz alta. Os tecelões o convidaram para aproximar-se a fim de verificar se o tecido estava ficando bonito e apontavam para os teares. O pobre homem fixou a vista o mais que pode, mas não conseguiu ver coisa alguma.
- "Céus!, pensou ele. Será possível que eu seja um tolo? Se é assim, ninguém deverá sabê-lo e não direi a quem quer que seja que não vi o tecido."
- O senhor nada disse sobre a fazenda, queixou-se um dos tecelões.
- Oh, é muito bonita. É encantadora!! Respondeu o ministro, olhando através de seus óculos. O padrão é lindo e as cores estão muito bem combinadas. Direi ao rei que me agradou muito.
- Estamos encantados com a sua opinião, responderam os dois ao mesmo tempo e descreveram as cores e o padrão especial da fazenda. O velho ministro prestou muita atenção a tudo o que diziam, para poder reproduzi-lo diante do rei.
Os embusteiros pediram mais dinheiro, mais seda e ouro para prosseguir o trabalho. Puseram tudo em suas bolsas. Nem um fiapo foi posto nos teares, e continuaram fingindo que teciam. Algum tempo depois, o rei enviou outro fiel oficial para olhar o andamento do trabalho e saber se ficaria pronto em breve. A mesma coisa lhe aconteceu: olhou, tornou a olhar, mas só via os teares vazios.
- Não é lindo o tecido? Indagaram os tecelões, e deram-lhe as mais variadas explicações sobre o padrão e as cores.
"Eu penso que não sou um tolo, refletiu o homem. Se assim fosse, eu não estaria à altura do cargo que ocupo. Que coisa estranha!!"... Pôs-se então a elogiar as cores e o desenho do tecido e, depois, disse ao rei: "É uma verdadeira maravilha!!"
Todos na cidade não falavam noutra coisa senão nessa esplendida fazenda, de modo que o rei, muito curioso, resolveu vê-la, enquanto ainda estava nos teares. Acompanhado por um grupo de cortesões, entre os quais se achavam os dois que já tinham ido ver o imaginário tecido, foi ele visitar os dois astuciosos impostores. Eles estavam trabalhando mais do que nunca, nos teares vazios.
- É magnífico! Disseram os dois altos funcionários do rei. Veja Majestade, que delicadeza de desenho! Que combinação de cores! Apontavam para os teares vazios com receio de que os outros não estivessem vendo o tecido.
O rei, que nada via, horrorizado pensou: "Serei eu um tolo e não estarei em condições de ser rei? Nada pior do que isso poderia acontecer-me!" Então, bem alto, declarou:
- Que beleza! Realmente merece minha aprovação!! Por nada neste mundo ele confessaria que não tinha visto coisa nenhuma. Todos aqueles que o acompanhavam também não conseguiram ver a fazenda, mas exclamaram a uma só voz:
- Deslumbrante!! Magnífico!!
Aconselharam eles ao rei que usasse a nova roupa, feita daquele tecido, por ocasião de um desfile, que se ia realizar daí a alguns dias. O rei concedeu a cada um dos tecelões uma condecoração de cavaleiro, para seu usada na lapela, com o título "cavaleiro tecelão". Na noite que precedeu o desfile, os embusteiros fiizeram serão. Queimaram dezesseis velas para que todos vissem o quanto estavam trabalhando, para aprontar a roupa. Fingiram tirar o tecido dos teares, cortaram a roupa no ar, com um par de tesouras enormes e coseram-na com agulhas sem linha. Afinal, disseram:
- Agora, a roupa do rei está pronta.
Sua Majestade, acompanhado dos cortesões, veio vestir a nova roupa. Os tecelões fingiam segurar alguma coisa e diziam: "aqui está a calça, aqui está o casaco, e aqui o manto. Estão leves como uma teia de aranha. Pode parecer a alguém que não há nada cobrindo a pessoa, mas aí é que está a beleza da fazenda".
- Sim! Concordaram todos, embora nada estivessem vendo.
- Poderia Vossa Majestade tirar a roupa? propuseram os embusteiros. Assim poderiamos vestir-lhe a nova, aqui, em frente ao espelho. O rei fez-lhes a vontade e eles fingiram vestir-lhe peça por peça. Sua majestade virava-se para lá e para cá, olhando-se no espelho e vendo sempre a mesma imagem, de seu corpo nu.
- Como lhe assentou bem o novo traje! Que lindas cores! Que bonito desenho! Diziam todos com medo de perderem seus postos se admitissem que não viam nada. O mestre de cerimônias anunciou:
- A carruagem está esperando à porta, para conduzir Sua Majestade, durante o desfile.
- Estou quase pronto, respondeu ele.
Mais uma vez, virou-se em frente ao espelho, numa atitude de quem está mesmo apreciando alguma coisa.
Os camareiros que iam segurar a cauda, inclinaram-se, como se fossem levantá-la do chão e foram caminhando, com as mãos no ar, sem dar a perceber que não estavam vendo roupa alguma. O rei caminhou à frente da carruagem, durante o desfile. O povo, nas calçadas e nas janelas, não querendo passar por tolo, exclamava:
- Que linda é a nova roupa do rei! Que belo manto! Que perfeição de tecido!
Nenhuma roupa do rei obtivera antes tamanho sucesso!
Porém, uma criança que estava entre a multidão, em sua imensa inocência, achou aquilo tudo muito estranho e gritou:
- Coitado!!! Ele está completamente nu!! O rei está nu!!
O povo, então, enchendo-se de coragem, começou a gritar:
- Ele está nu! Ele está nu!
O rei, ao ouvir esses comentários, ficou furioso por estar representando um papel tão ridículo! O desfile, entretanto, devia prosseguir, de modo que se manteve imperturbável e os camareiros continuaram a segurar-lhe a cauda invisível. Depois que tudo terminou, ele voltou ao palácio, de onde envergonhado, nunca mais pretendia sair. Somente depois de muito tempo, com o carinho e afeto demonstrado por seus cortesões e por todo o povo, também envergonhados por se deixarem enganar pelos falsos tecelões, e que clamavam pela volta do rei, é que ele resolveu se mostrar em breve aparições... Mas nunca mais se deixou levar pela vaidade e perdeu para sempre a mania de trocar de roupas a todo momento.
Quanto aos dois supostos tecelões, desapareceram misteriosamente, levando o dinheiro e os fios de seda e ouro. Mas, depois de algum tempo, chegou a notícia na corte, de que eles haviam tentando fazer o mesmo golpe em outro reino e haviam sido desmascarados, e agora cumpriam uma longa pena na prisão.
de Hans Christian Andersen
A vida era muito divertida na cidade onde ele vivia. Um dia, chegaram hóspedes estrangeiros ao palácio. Entre eles havia dois trapaceiros. Apresentaram-se como tecelões e gabavam-se de fabricar os mais lindos tecidos do mundo. Não só os padrões e as cores eram fora do comum, como, também as fazendas tinham a especialidade de parecer invisíveis às pessoas destituídas de inteligência, ou àquelas que não estavam aptas para os cargos que ocupavam.
"Essas fazendas devem ser esplêndidas, pensou o rei. Usando-as poderei descobrir quais os homens, no meu reino, que não estão em condições de ocupar seus postos, e poderei substituí-los pelos mais capazes... Ordenarei, então, que fabriquem certa quantidade deste tecido para mim."
Pagou aos dois tecelões uma grande quantia, adiantadamente, para que logo começassem a trabalhar. Eles trouxeram dois teares nos quais fingiram tecer, mas nada havia em suas lançadeiras. Exigiram que lhes fosse dada uma porção da mais cara linha de seda e ouro, que puseram imediatamente em suas bolsas, enquanto fingiam trabalhar nos teares vazios.
- Eu gostaria de saber como vai indo o trabalho dos tecelões, pensou o rei. Entretanto, sentiu-se um pouco embaraçado ao pensar que quem fosse estúpido, ou não tivesse capacidade para ocupar seu posto, não seria capaz de ver o tecido. Ele não tinha propriamente dúvidas a seu respeito, mas achou melhor mandar alguém primeiro, para ver o andamento do trabalho.
Todos na cidade conheciam o maravilhoso poder do tecido e cada qual estava mais ansioso para saber quão estúpido era o seu vizinho.
- Mandarei meu velho ministro observar o trabalho dos tecelões. Ele, melhor do que ninguém, poderá ver o tecido, pois é um homem inteligente e que desempenha suas funções com o máximo da perfeição, resolveu o rei.
Assim sendo, mandou o velho ministro ao quarto onde os dois embusteiros simulavam trabalhar nos teares vazios.
- "Deus nos acuda!!!" pensou o velho ministro, abrindo bem os olhos. "Não consigo ver nada!"
Não obstante, teve o cuidado de não declarar isso em voz alta. Os tecelões o convidaram para aproximar-se a fim de verificar se o tecido estava ficando bonito e apontavam para os teares. O pobre homem fixou a vista o mais que pode, mas não conseguiu ver coisa alguma.
- "Céus!, pensou ele. Será possível que eu seja um tolo? Se é assim, ninguém deverá sabê-lo e não direi a quem quer que seja que não vi o tecido."
- O senhor nada disse sobre a fazenda, queixou-se um dos tecelões.
- Oh, é muito bonita. É encantadora!! Respondeu o ministro, olhando através de seus óculos. O padrão é lindo e as cores estão muito bem combinadas. Direi ao rei que me agradou muito.
- Estamos encantados com a sua opinião, responderam os dois ao mesmo tempo e descreveram as cores e o padrão especial da fazenda. O velho ministro prestou muita atenção a tudo o que diziam, para poder reproduzi-lo diante do rei.
Os embusteiros pediram mais dinheiro, mais seda e ouro para prosseguir o trabalho. Puseram tudo em suas bolsas. Nem um fiapo foi posto nos teares, e continuaram fingindo que teciam. Algum tempo depois, o rei enviou outro fiel oficial para olhar o andamento do trabalho e saber se ficaria pronto em breve. A mesma coisa lhe aconteceu: olhou, tornou a olhar, mas só via os teares vazios.
- Não é lindo o tecido? Indagaram os tecelões, e deram-lhe as mais variadas explicações sobre o padrão e as cores.
"Eu penso que não sou um tolo, refletiu o homem. Se assim fosse, eu não estaria à altura do cargo que ocupo. Que coisa estranha!!"... Pôs-se então a elogiar as cores e o desenho do tecido e, depois, disse ao rei: "É uma verdadeira maravilha!!"
Todos na cidade não falavam noutra coisa senão nessa esplendida fazenda, de modo que o rei, muito curioso, resolveu vê-la, enquanto ainda estava nos teares. Acompanhado por um grupo de cortesões, entre os quais se achavam os dois que já tinham ido ver o imaginário tecido, foi ele visitar os dois astuciosos impostores. Eles estavam trabalhando mais do que nunca, nos teares vazios.
- É magnífico! Disseram os dois altos funcionários do rei. Veja Majestade, que delicadeza de desenho! Que combinação de cores! Apontavam para os teares vazios com receio de que os outros não estivessem vendo o tecido.
O rei, que nada via, horrorizado pensou: "Serei eu um tolo e não estarei em condições de ser rei? Nada pior do que isso poderia acontecer-me!" Então, bem alto, declarou:
- Que beleza! Realmente merece minha aprovação!! Por nada neste mundo ele confessaria que não tinha visto coisa nenhuma. Todos aqueles que o acompanhavam também não conseguiram ver a fazenda, mas exclamaram a uma só voz:
- Deslumbrante!! Magnífico!!
Aconselharam eles ao rei que usasse a nova roupa, feita daquele tecido, por ocasião de um desfile, que se ia realizar daí a alguns dias. O rei concedeu a cada um dos tecelões uma condecoração de cavaleiro, para seu usada na lapela, com o título "cavaleiro tecelão". Na noite que precedeu o desfile, os embusteiros fiizeram serão. Queimaram dezesseis velas para que todos vissem o quanto estavam trabalhando, para aprontar a roupa. Fingiram tirar o tecido dos teares, cortaram a roupa no ar, com um par de tesouras enormes e coseram-na com agulhas sem linha. Afinal, disseram:
- Agora, a roupa do rei está pronta.
Sua Majestade, acompanhado dos cortesões, veio vestir a nova roupa. Os tecelões fingiam segurar alguma coisa e diziam: "aqui está a calça, aqui está o casaco, e aqui o manto. Estão leves como uma teia de aranha. Pode parecer a alguém que não há nada cobrindo a pessoa, mas aí é que está a beleza da fazenda".
- Sim! Concordaram todos, embora nada estivessem vendo.
- Poderia Vossa Majestade tirar a roupa? propuseram os embusteiros. Assim poderiamos vestir-lhe a nova, aqui, em frente ao espelho. O rei fez-lhes a vontade e eles fingiram vestir-lhe peça por peça. Sua majestade virava-se para lá e para cá, olhando-se no espelho e vendo sempre a mesma imagem, de seu corpo nu.
- Como lhe assentou bem o novo traje! Que lindas cores! Que bonito desenho! Diziam todos com medo de perderem seus postos se admitissem que não viam nada. O mestre de cerimônias anunciou:
- A carruagem está esperando à porta, para conduzir Sua Majestade, durante o desfile.
- Estou quase pronto, respondeu ele.
Mais uma vez, virou-se em frente ao espelho, numa atitude de quem está mesmo apreciando alguma coisa.
Os camareiros que iam segurar a cauda, inclinaram-se, como se fossem levantá-la do chão e foram caminhando, com as mãos no ar, sem dar a perceber que não estavam vendo roupa alguma. O rei caminhou à frente da carruagem, durante o desfile. O povo, nas calçadas e nas janelas, não querendo passar por tolo, exclamava:
- Que linda é a nova roupa do rei! Que belo manto! Que perfeição de tecido!
Nenhuma roupa do rei obtivera antes tamanho sucesso!
Porém, uma criança que estava entre a multidão, em sua imensa inocência, achou aquilo tudo muito estranho e gritou:
- Coitado!!! Ele está completamente nu!! O rei está nu!!
O povo, então, enchendo-se de coragem, começou a gritar:
- Ele está nu! Ele está nu!
O rei, ao ouvir esses comentários, ficou furioso por estar representando um papel tão ridículo! O desfile, entretanto, devia prosseguir, de modo que se manteve imperturbável e os camareiros continuaram a segurar-lhe a cauda invisível. Depois que tudo terminou, ele voltou ao palácio, de onde envergonhado, nunca mais pretendia sair. Somente depois de muito tempo, com o carinho e afeto demonstrado por seus cortesões e por todo o povo, também envergonhados por se deixarem enganar pelos falsos tecelões, e que clamavam pela volta do rei, é que ele resolveu se mostrar em breve aparições... Mas nunca mais se deixou levar pela vaidade e perdeu para sempre a mania de trocar de roupas a todo momento.
Quanto aos dois supostos tecelões, desapareceram misteriosamente, levando o dinheiro e os fios de seda e ouro. Mas, depois de algum tempo, chegou a notícia na corte, de que eles haviam tentando fazer o mesmo golpe em outro reino e haviam sido desmascarados, e agora cumpriam uma longa pena na prisão.
de Hans Christian Andersen
quarta-feira, 10 de novembro de 2010
sábado, 6 de novembro de 2010
Estado de Espírito
"Der Ernst, mein Junge, ist eine Angelegenheit der Zeit; er entsteht, soviel will ich dir verraten, aus einer Überschätzung der Zeit. Auch ich habe den Wert der Zeit überschätzt, darum wollte ich hundert Jahre alt werden. In der Ewigkeit aber, siehst du, gibt es keine Zeit; die Ewigkeit ist bloß ein Augenblick, gerade lang genug für einen Spaß."
"A seriedade, meu rapaz, é um caso do tempo. Ela surge, como eu quero te dizer, de uma super valorização do momento. Eu também super valorizei o tempo, pois queria chegar aos cem anos de idade. Mas, na eternidade, veja só, não há tempo; a eternidade é um simples piscar-de-olhos, de duração exatamente suficiente para uma diversão."
Abschnitt aus dem "Steppenwolf" von Hermann Hesse
Excerto do "Lobo da Estepe" de Hermann Hesse
"A seriedade, meu rapaz, é um caso do tempo. Ela surge, como eu quero te dizer, de uma super valorização do momento. Eu também super valorizei o tempo, pois queria chegar aos cem anos de idade. Mas, na eternidade, veja só, não há tempo; a eternidade é um simples piscar-de-olhos, de duração exatamente suficiente para uma diversão."
Abschnitt aus dem "Steppenwolf" von Hermann Hesse
Excerto do "Lobo da Estepe" de Hermann Hesse
quinta-feira, 28 de outubro de 2010
Ficha Limpa
Pois bem. Vamos lá. O meu dia começou abrindo um Email do Pachecão, com um link da revista Veja sobre a implantação da lei "Ficha Limpa" já nessas eleições. No Email havia apenas o dito link e a frase: "Parece bom, mas não é". Então decidi escrever algo sobre o "Ficha Limpa".
No meu ponto-de-vista (que muitos dizem ser bastante simplista e inocente) o quê aconteceu foi o seguinte: o Congresso aprovou o projeto de lei (oriundo de vontade popular) sobre a inelegibilidade de candidatos envolvidos em certos processos judiciais e daqueles que renunciaram ao cargo para fugir de tais processos. O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) resolveu aplicar essa lei já nessas eleições. Por quê? Eu não sei. O interessante seria saber qual o nome da pessoa que teve a palavra sobre este assunto. Então, alguns candidatos se sentiram por essa aplicação prejudicados e entraram no STF (Supremo Tribunal Federal) com recurso, alegando inconstitucionalidade da aplicação da dita lei já nessas eleições. Primeiro houve o argumento da retroatividade da lei. Quando esse argumento caiu, veio o argumento que tal lei precisaria (segundo a constituição) de um ano para entrar em vigor.
O Roriz, do Distrito Federal, desistiu do recurso e da candidatura, por isso o tema ficou por um tempo esquecido. No entanto, Jader Barbalho também entrou com recurso, que foi votado ontem. Houve de novo um empate de 5 a 5, e optou-se pela aplicação do Regimento Interno do STF, o qual prevê que em caso de empate, a decisão do órgão competente seja mantida, no caso do STE. E assim se fez.
Ouvi e li muitos comentários sobre este assunto e várias pessoas dizem e escrevem que a aplicação dessa lei nessas eleições é inconstitucional. Nesse caso, um candidato entra com recurso junto ao STF, para que este julgue a constitucionalidade (ou inconstitucionalidade) da aplicação da lei. O STF julgou, e empatou no resultado. Seguindo o Regimento Interno, em caso de empate, manteve-se a decisão do STE. O quê é constitucional ou não, é o STF quem decide. É muito difícil (senão impossível) de argumentar se baseando na Constituição contra uma decisão do STF, já que este é o órgão máximo responsável pela interpretação da Constituição. Todas as pessoas que já estudaram um pouco de Direto sabem, que a interpretação de um código não deve se restringir à sintaxe e ortografia. Há uma ampla área de manobra, onde o subjetivismo dos juízes entra em ação. Por tanto, baseado, na constituição, a decisão do STF é sempre constitucional.
Resumindo: O projeto de lei de iniciativa popular "Ficha Limpa" foi aprovado pelo Congresso. O STE resolveu aplicar essa lei já nessas eleições. Alguns candidatos se sentiram prejudicados e entraram com recurso junto ao STF. O STF julgou o caso, e empatou. Dado o empate, pegou-se o Regimento Interno do STF e manteve-se a decisão da instância competente, o STE. Tudo isso ocorreu dentro dos preceitos da democracia e do Estado de Direito. Altamente constitucional.
No meu ponto-de-vista (que muitos dizem ser bastante simplista e inocente) o quê aconteceu foi o seguinte: o Congresso aprovou o projeto de lei (oriundo de vontade popular) sobre a inelegibilidade de candidatos envolvidos em certos processos judiciais e daqueles que renunciaram ao cargo para fugir de tais processos. O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) resolveu aplicar essa lei já nessas eleições. Por quê? Eu não sei. O interessante seria saber qual o nome da pessoa que teve a palavra sobre este assunto. Então, alguns candidatos se sentiram por essa aplicação prejudicados e entraram no STF (Supremo Tribunal Federal) com recurso, alegando inconstitucionalidade da aplicação da dita lei já nessas eleições. Primeiro houve o argumento da retroatividade da lei. Quando esse argumento caiu, veio o argumento que tal lei precisaria (segundo a constituição) de um ano para entrar em vigor.
O Roriz, do Distrito Federal, desistiu do recurso e da candidatura, por isso o tema ficou por um tempo esquecido. No entanto, Jader Barbalho também entrou com recurso, que foi votado ontem. Houve de novo um empate de 5 a 5, e optou-se pela aplicação do Regimento Interno do STF, o qual prevê que em caso de empate, a decisão do órgão competente seja mantida, no caso do STE. E assim se fez.
Ouvi e li muitos comentários sobre este assunto e várias pessoas dizem e escrevem que a aplicação dessa lei nessas eleições é inconstitucional. Nesse caso, um candidato entra com recurso junto ao STF, para que este julgue a constitucionalidade (ou inconstitucionalidade) da aplicação da lei. O STF julgou, e empatou no resultado. Seguindo o Regimento Interno, em caso de empate, manteve-se a decisão do STE. O quê é constitucional ou não, é o STF quem decide. É muito difícil (senão impossível) de argumentar se baseando na Constituição contra uma decisão do STF, já que este é o órgão máximo responsável pela interpretação da Constituição. Todas as pessoas que já estudaram um pouco de Direto sabem, que a interpretação de um código não deve se restringir à sintaxe e ortografia. Há uma ampla área de manobra, onde o subjetivismo dos juízes entra em ação. Por tanto, baseado, na constituição, a decisão do STF é sempre constitucional.
Resumindo: O projeto de lei de iniciativa popular "Ficha Limpa" foi aprovado pelo Congresso. O STE resolveu aplicar essa lei já nessas eleições. Alguns candidatos se sentiram prejudicados e entraram com recurso junto ao STF. O STF julgou o caso, e empatou. Dado o empate, pegou-se o Regimento Interno do STF e manteve-se a decisão da instância competente, o STE. Tudo isso ocorreu dentro dos preceitos da democracia e do Estado de Direito. Altamente constitucional.
quarta-feira, 27 de outubro de 2010
É caminhando que se abre caminhos
Vale a pena assistir à este vídeo!
Agradecimentos ao amigo Pachecão pela dica!
segunda-feira, 25 de outubro de 2010
Agora, com a devida conivência da organização da exposição "A Typographic Ballet", vou postar as fotos de objetos lá expostos.
Fotos de Giampaolo (GP) e Thiago Menezes.
Agradecimentos à organização da exposição pela permissão de postagem.
domingo, 24 de outubro de 2010
Fui hoje à uma exposição de "arte" chamada "A Typographic Ballet - Liberating Poetry from the Page" aqui em Berlim. Bem, a estória começa na verdade há um tempo atrás, quando um amigo meu (Clemens) me mandou um link via facebook sobre um lugar aqui em Berlim, que foi todo modelado com o intuito de proporcionar flexibilidade e possibilidades, espaciais e técnicas, para que artistas possam apresentar suas obras. Esta modelagem desse lugar levou então o nome de projeto "MADE", onde teoricamente coisas incríveis...are "made".
Pois bem, hoje (domingo) me telefonou este dito Clemens, me perguntando se eu queria ir à esse lugar hoje, onde está ocorrendo uma exposição, a dita "A Typographic Ballet". Depois de muita relutância de minha parte ao telefone, cedi às pressões. Logo liguei para um outro amigo meu, Giampaolo, aliás GP, para que este viesse conosco. Fomos então os três à exposição.
Chegando ao local, a primeira impressão já foi meio estranha, porque ele se localiza num prédio na Berlim Oriental (Alexanderplatz), e tinha um papel tipo A4 pregado na porta com um número de telefone. Se tem que ligar para esse número, para que alguém desça e abra a porta para os visitantes da exposição. Bem, até então tudo bem. Releva-se. Chegando ao nono andar, o hall do elevador era todo branco de um material meio plástico meio acrílico. Uma impressão muito Macintosh/clean da coisa, mas bacana.
A exposição era basicamente composta de quatro manequins (um verde, um azul e dois róseos), sendo que dois destes manequins (o verde e o azul) estavam no centro de uma estrutura metálica compostas por hastes (mais ou menos um cubo). À estes dois manequins estavam pregadas tiras de um material metálico branco (relembrando tiras de papel) com um texto escrito nelas. Essas tiras estavam presas aos manequins e às hastes metálicas. O texto de um dos manequins é uma composição de um raper. O texto dos outros eu não sei. O terceiro manequim (róseo) tinha ao longo de seu "corpo" uma espiral metálica com algum texto. Outros pequenos objetos e um mural com os desenhos e rabiscos dos manequins completavam a exposição.
Quanto ao local, o salão tem mais ou menos a dimensão de 10x30 metros e um sistema de iluminação muito bacana, que se pode ajustar a posição e coloração dos refletores. A idéia é que as paredes sejam bastante flexíveis, podendo mover-las ao gosto do artista. Não podemos averiguar tal flexibilidade, já que a exposição requis que as paredes não fossem usadas, então elas estavam simplesmente amontoadas num canto do salão.
A impressão que se teve é que foi muito caro e trabalhoso montar este lugar, e agora eles precisam de coisas pra expor.
Abaixo estão os flyers da exposição.
Resumindo a ópera: eu achei o lugar maneiro e a exposição fraca.
Abaixo está o link do projeto "MADE".
http://made-blog.com/
Vale a penar assistir também a este vídeo!
http://made-blog.com/2010/03/15/made-trailer/
E assim foi o meu domingo.
Boa semana para todos!
Pois bem, hoje (domingo) me telefonou este dito Clemens, me perguntando se eu queria ir à esse lugar hoje, onde está ocorrendo uma exposição, a dita "A Typographic Ballet". Depois de muita relutância de minha parte ao telefone, cedi às pressões. Logo liguei para um outro amigo meu, Giampaolo, aliás GP, para que este viesse conosco. Fomos então os três à exposição.
Chegando ao local, a primeira impressão já foi meio estranha, porque ele se localiza num prédio na Berlim Oriental (Alexanderplatz), e tinha um papel tipo A4 pregado na porta com um número de telefone. Se tem que ligar para esse número, para que alguém desça e abra a porta para os visitantes da exposição. Bem, até então tudo bem. Releva-se. Chegando ao nono andar, o hall do elevador era todo branco de um material meio plástico meio acrílico. Uma impressão muito Macintosh/clean da coisa, mas bacana.
A exposição era basicamente composta de quatro manequins (um verde, um azul e dois róseos), sendo que dois destes manequins (o verde e o azul) estavam no centro de uma estrutura metálica compostas por hastes (mais ou menos um cubo). À estes dois manequins estavam pregadas tiras de um material metálico branco (relembrando tiras de papel) com um texto escrito nelas. Essas tiras estavam presas aos manequins e às hastes metálicas. O texto de um dos manequins é uma composição de um raper. O texto dos outros eu não sei. O terceiro manequim (róseo) tinha ao longo de seu "corpo" uma espiral metálica com algum texto. Outros pequenos objetos e um mural com os desenhos e rabiscos dos manequins completavam a exposição.
Quanto ao local, o salão tem mais ou menos a dimensão de 10x30 metros e um sistema de iluminação muito bacana, que se pode ajustar a posição e coloração dos refletores. A idéia é que as paredes sejam bastante flexíveis, podendo mover-las ao gosto do artista. Não podemos averiguar tal flexibilidade, já que a exposição requis que as paredes não fossem usadas, então elas estavam simplesmente amontoadas num canto do salão.
A impressão que se teve é que foi muito caro e trabalhoso montar este lugar, e agora eles precisam de coisas pra expor.
Abaixo estão os flyers da exposição.
Resumindo a ópera: eu achei o lugar maneiro e a exposição fraca.
Abaixo está o link do projeto "MADE".
http://made-blog.com/
Vale a penar assistir também a este vídeo!
http://made-blog.com/2010/03/15/made-trailer/
E assim foi o meu domingo.
Boa semana para todos!
sábado, 23 de outubro de 2010
Dia de Outono (Herbsttag)
Aqui vai uma poesia do Rilke do "O Livro das Imagens".
Só pra dar uma visão geral, Rainer Maria Rilke nasceu em 1875 em Praga, e morreu em 1926 na Suíça. Apesar do fato dele ter nascido em Praga (atual República Checa), Rilke é um dos maiores poetas da língua alemã. Naquele tempo Praga (região da Boémia) fazia parte do Império Austro-Húngaro.
Rilke escreveu "O Livro das Imagens" entre os anos de 1899 e 1906. Este livro é formado por 4 capítulos, sendo que cada capítulo, por sua vez, é formado por várias poesias.
Pelo fato do outono estar acabando aqui na Alemanha, resolvi postar aqui uma poesia outonal.
Essa poesia se chama "Herbsttag" ou "Dia de outono" em português, e está na segunda parte do primeiro livro (Rilke chama cada capítulo de livro).
Caso alguém conheça uma tradução melhor, pode escrever na lista de comentários!
Falls jemand eine bessere Übersetzung kennt, trag bitte in das Kommentarfeld ein!
Herbsttag
Herr: es ist Zeit. Der Sommer war sehr groß.
Leg deinen Schatten auf die Sonnenuhren,
und auf den Fluren laß die Winde los.
Befiehl den letzten Früchten voll zu sein;
gib ihnen noch zwei südlichere Tage,
dränge sie zur Vollendung hin und jage
die letzten Süße in den schweren Wein.
Wer jetzt kein Haus hat, baut sich keines mehr.
Wer jetzt allein ist, wird es lange bleiben,
wird wachen, lesen, lange Briefe schreiben
und wird in den Alleen hin und her
unruhig wandern, wenn die Blätter treiben.
Dia de Outono
Senhor: é hora. O verão foi muito grande.
Ponha tua sombra sobre os relógios de sol,
e sobre as passagens, solte os ventos.
Comande às últimas frutas que fiquem cheias;
dê-lhes ainda dois dias do sul,
force-as à conclusão e ponha
as últimas doçuras no vinho pesado.
Quem agora não tem casa, não mais uma construirá
Quem agora está só, por muito tempo o ficará,
acordará, lerá, escreverá longas cartas
e de um lado para o outro das avenidas
desinquieto vagueará, quando as folhas frondearem.
Só pra dar uma visão geral, Rainer Maria Rilke nasceu em 1875 em Praga, e morreu em 1926 na Suíça. Apesar do fato dele ter nascido em Praga (atual República Checa), Rilke é um dos maiores poetas da língua alemã. Naquele tempo Praga (região da Boémia) fazia parte do Império Austro-Húngaro.
Rilke escreveu "O Livro das Imagens" entre os anos de 1899 e 1906. Este livro é formado por 4 capítulos, sendo que cada capítulo, por sua vez, é formado por várias poesias.
Pelo fato do outono estar acabando aqui na Alemanha, resolvi postar aqui uma poesia outonal.
Essa poesia se chama "Herbsttag" ou "Dia de outono" em português, e está na segunda parte do primeiro livro (Rilke chama cada capítulo de livro).
Caso alguém conheça uma tradução melhor, pode escrever na lista de comentários!
Falls jemand eine bessere Übersetzung kennt, trag bitte in das Kommentarfeld ein!
Herbsttag
Herr: es ist Zeit. Der Sommer war sehr groß.
Leg deinen Schatten auf die Sonnenuhren,
und auf den Fluren laß die Winde los.
Befiehl den letzten Früchten voll zu sein;
gib ihnen noch zwei südlichere Tage,
dränge sie zur Vollendung hin und jage
die letzten Süße in den schweren Wein.
Wer jetzt kein Haus hat, baut sich keines mehr.
Wer jetzt allein ist, wird es lange bleiben,
wird wachen, lesen, lange Briefe schreiben
und wird in den Alleen hin und her
unruhig wandern, wenn die Blätter treiben.
Dia de Outono
Senhor: é hora. O verão foi muito grande.
Ponha tua sombra sobre os relógios de sol,
e sobre as passagens, solte os ventos.
Comande às últimas frutas que fiquem cheias;
dê-lhes ainda dois dias do sul,
force-as à conclusão e ponha
as últimas doçuras no vinho pesado.
Quem agora não tem casa, não mais uma construirá
Quem agora está só, por muito tempo o ficará,
acordará, lerá, escreverá longas cartas
e de um lado para o outro das avenidas
desinquieto vagueará, quando as folhas frondearem.
quarta-feira, 20 de outubro de 2010
Brasil pra alemão ver
Pois bem. Presenciei nessa semana na Embaixada Brasileira em Berlim o lançamento de um livro sobre o Brasil atual, escrito em grande parte por estudiosos alemães que se interessam pelo Brasil. Na platéia estavam entre os curiosos vários professores brasileiros que estão emprestados para a Alemanha. Dentre esses professores me chamou mais a atenção uma professora doutora da USP e um professor doutor da UNB. A professora da USP discutia bem entusiasmada durante os comes-e-bebes pós apresentação do livro com um dito cujo que lá estava sobre o fato de Dilma Roussef ser extremamente despreparada para ser presidente do Brasil. Enquanto isso, à dois metros de distância, eu discutia com o professor da UNB, e ele batia o martelo sobre a incompetência do Serra. Pois bem. O quê me encucou? Me encucou o fato de duas pessoas de um background relativamente parecido (professores doutores de universidades elites do Brasil emprestados à Alemanha que com certeza não são pobres no Brasil ) poderem ter opiniões tão antagônicas. Esse debate definiu pra mim o fato de que a competência de um candidato não é uma característica objetiva. Não dá pra medir quem é mais preparado ou mais competente. Professores doutores têm tão pouca noção sobre isso quanto nós, mera reba.
Então, como é que se pode definir em quem votar, partindo desse princípio? A idéia da democracia, é que cada um proteja o quê é seu. Assim se formaram os partidos políticos. As coligações são uniões de partidos, que representam interesses semelhantes (mas não iguais, porque assim eles seriam um partido só). Votar na coligação PT/PMDB realmente não faz muito sentido do ponto-de-vista filosófico da coisa, de tão distintas que são as camadas por eles representadas. A dupla Serra/Índio, por mais que seja esdrúxula, ainda faz certo sentido. Então, a coisa está decidida, certo? É claro que não. Se o Serra ganhar, PSDB/DEM tem tão poucos assentos no Congresso, que eles teriam que sair distribuindo postos pra galera, pra poderem ter certa governabilidade. E a gente sabe que isso não é bom. Coisa que PT/PMDB não precisaria fazer. Então, mesmo com o "nada haver" do PT/PMDB faz mais sentido votar neles? Me recuso à dizer, que faz sentido votar no PMDB.
Quanto ao livro que foi apresentado, era um tijolão de trocentas páginas todo em alemão sobre o Brasil que custava 33 euros. Durante a apresentação foi revelado que em Berlim, Dilma foi a mais votada no primeiro turno, seguida por Marina Silva e, em terceiro, Serra. No mais, nada de memorável na noite.
Então, como é que se pode definir em quem votar, partindo desse princípio? A idéia da democracia, é que cada um proteja o quê é seu. Assim se formaram os partidos políticos. As coligações são uniões de partidos, que representam interesses semelhantes (mas não iguais, porque assim eles seriam um partido só). Votar na coligação PT/PMDB realmente não faz muito sentido do ponto-de-vista filosófico da coisa, de tão distintas que são as camadas por eles representadas. A dupla Serra/Índio, por mais que seja esdrúxula, ainda faz certo sentido. Então, a coisa está decidida, certo? É claro que não. Se o Serra ganhar, PSDB/DEM tem tão poucos assentos no Congresso, que eles teriam que sair distribuindo postos pra galera, pra poderem ter certa governabilidade. E a gente sabe que isso não é bom. Coisa que PT/PMDB não precisaria fazer. Então, mesmo com o "nada haver" do PT/PMDB faz mais sentido votar neles? Me recuso à dizer, que faz sentido votar no PMDB.
Quanto ao livro que foi apresentado, era um tijolão de trocentas páginas todo em alemão sobre o Brasil que custava 33 euros. Durante a apresentação foi revelado que em Berlim, Dilma foi a mais votada no primeiro turno, seguida por Marina Silva e, em terceiro, Serra. No mais, nada de memorável na noite.
terça-feira, 19 de outubro de 2010
Como primeira postagem deste blog, resolvi mostrar uma foto tirada por mim em uma rua do bairro de Friedrichshain em Berlim, no ano de 2007.
Blog do Thiago
Bem-vindos ao blog do Thiago.
Faço este blog com o intuito de apresentar coisas que fiz, faço, pretendo fazer, deixei de fazer e nunca farei.
Basicamente serão postadas aqui fotografias que eu gostaria de tornar públicas e textos sobre temas que eu achar interessantes.
Os comentários serão censurados tomando como base a razão. Aquilo que se entende por razão é definido neste blog por mim.
Faço este blog com o intuito de apresentar coisas que fiz, faço, pretendo fazer, deixei de fazer e nunca farei.
Basicamente serão postadas aqui fotografias que eu gostaria de tornar públicas e textos sobre temas que eu achar interessantes.
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